quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Opinião: A Rapariga Que Roubava Livros (Markuz Zusak)


Quando comecei a ler este livro, tinha as expectativas muito altas. Na realidade este livro conseguiu superar as altas expectativas que tinha, foi sem duvida um dos melhores e mais inteligentes livros que li .


Adorei este livro!

Uma das razões que me fizeram achar este livro tão bem conseguido foi ser narrado pela atarefada e cansada Morte. A figura metafórica encontrava-se carregada de trabalho durante a Segunda Guerra Mundial, mas permitiu-se observar e contar a história de uma criança a viver na Alemanha desta época, a Liesel, que vi o irmão morrer, que foi "abandonada" pela pobre mãe biológica, e criada por um casal, inicialmente desconhecido, o Hans e a Rosa Hubermann.

A Rosa era uma mãe à moda antiga, a suas acções hoje em dia não eram vistas com bons olhos, mas nos anos 40 do século passado, dar uma valente sova dos filhos era a forma como as mães educavam as crianças. Apesar do seu temperamento, da sua vontade "de dar lições" e de não ser uma cozinheira especialmente boa, era pessoa com muita capacidade de amar, uma personagem, a meu ver, muito interessante. Por sua vez, Hans era a melhor pessoa do mundo. Quando não estava a tocar acordeão ou a fumar, estava, provavelmente a ajudar alguém.

A minha personagem favorita foi sem duvida o melhor amigo da rapariga, o Rudy, vindo de uma família muito pobre era muito querido, sempre a sonhar receber um beijo de Liesel, e completamente louco. Logo um rapaz tão bonito como olhos claros e cabelo cor de limão foi pintar a cara com carvão, para ficar parecido com um atleta negro, sem duvida um grande horror para a aquela Alemanha!

Com Rudy, a protagonista começa a cometer inúmeros "crimes", roubam pomares, para disfarçar a fome de Rudy, roubam livros para Liesel aprender a ler com o seu papá. Um grande contraste com a actual realidade, em que as crianças tem fruta e não querem comer, tem livros e não querem ler.

O outro grande amigo de Liesel é Max, um judeu que os Hubermann esconderam na cave. Gostei das páginas desenhadas pelo Max, que aparecem pelo meio do livro, mostram os sentimentos desta personagem, que sem ter feito mal algum, tanto sofreu. 

Um grande mistério é o que aconteceu à mãe biológica da rapariga, nunca realmente ficamos a saber o que lhe aconteceu, sabemos que o pai biológico era comunista, provavelmente a mãe também, o que pode sugerir que não sobreviveu. Provavelmente a ideia do autor seja essa mesma, criar um mistério para nos atormentar.

Eu prometi a mim mesma que não ia chorar ao ler este livro. A narradora vai dando algumas dicas sobre o que vai acontecer no fim, e eu confesso que não aguentei e fui espiar como acabava. Mesmo assim, quando li realmente o fim, mesmo sabendo o que ia acontecer, descobri que há promessas que não consigo cumprir. 

Sem comentários:

Enviar um comentário